Cessão de crédito: como funciona e por que pode ser uma solução estratégica3 min read

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No universo jurídico e financeiro, poucas ferramentas são tão versáteis quanto a cessão de crédito. Mais do que um simples contrato, ela abre espaço para antecipar valores, criar liquidez e até movimentar o mercado de precatórios. Mas afinal, como funciona essa operação na prática e quando ela pode ser vantajosa?

O que é, afinal, a cessão de crédito?

De forma simples, a cessão de crédito é quando o credor (quem tem o direito de receber) transfere esse direito a um terceiro, chamado cessionário.
Ou seja: em vez de esperar até que o devedor pague a dívida, você pode negociar esse direito com outra pessoa ou empresa, receber um valor à vista e deixar que o novo credor assuma a expectativa de pagamento.

Esse tipo de operação é comum em contratos comerciais, no mercado financeiro e até mesmo em processos judiciais, como no caso dos precatórios.

Como acontece na prática? 

O processo é bem mais simples do que parece: 

  1. Acordo entre partes: Cedente (quem transfere o crédito) e cessionário (quem compra o crédito) firmam um contrato. 
  2. Pagamento à vista: O cessionário paga ao cedente um valor definido, geralmente com desconto em relação ao crédito original.
  3. Transferência do direito: A partir desse momento, quem passa a receber do devedor é o cessionário.

Exemplo prático

Pense em uma empresa que vende produtos a prazo, mas precisa de dinheiro rápido para investir em estoque. Ela pode ceder os créditos que tem a receber de seus clientes a um banco. O banco paga à empresa uma quantia à vista (com desconto) e assume a posição de credor.

O mesmo pode acontecer em contextos judiciais. Alguém que ganhou uma ação trabalhista ou possui um precatório pode ceder esse crédito e receber parte do valor agora, em vez de aguardar longos prazos de pagamento.

Vantagens e desvantagens da cessão

Como qualquer decisão financeira, a cessão de crédito tem pontos positivos e limitações.

Vantagens:

  • Possibilidade de transformar um crédito em dinheiro imediato;
  • Liberdade financeira para quitar dívidas, investir ou organizar projetos;
  • Para o comprador (cessionário), chance de adquirir créditos com potencial de valorização futura.

Desvantagens:

  • O cedente recebe um valor menor do que teria direito se esperasse o pagamento integral;
  • É necessário avaliar bem quem está comprando o crédito, para evitar riscos de insegurança contratual;
  • A relação com o devedor pode gerar dúvidas se não houver comunicação clara sobre a cessão.

O que diz a lei sobre a cessão de crédito?

A cessão é regulamentada pelo Código Civil e precisa seguir regras específicas.
Uma delas é que o crédito a ser transferido deve ser certo e líquido, ou seja, não pode haver dúvida sobre a sua existência ou sobre o valor devido.

Em casos judiciais, como precatórios, também pode haver exigência de homologação ou notificação formal para garantir que a transferência seja reconhecida sem riscos.

A cessão de crédito é, em essência, uma forma de ganhar tempo: você abre mão de uma parte do valor para não abrir mão da oportunidade de usá-lo agora.

Para quem está cansado de esperar por pagamentos demorados (seja de contratos comerciais, seja do próprio governo no caso dos precatórios), ela pode ser uma alternativa prática e estratégica.

O mais importante é contar com parceiros sérios, que atuem com transparência, cálculos justos e contratos claros. 

Assim, você transforma uma promessa futura em realidade imediata, com segurança.

 

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